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Arquitetos: Guilherme Machado Vaz
- Área: 740 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Luís Ferreira Alves
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Fabricantes: ARTEBEL, Onduline, Weber
Descrição enviada pela equipe de projeto. No âmbito do projeto de reabilitação dos edifícios do complexo da Real Vinícola, para além da inserção da Casa da Arquitectura, instala-se também a Orquestra Jazz de Matosinhos. Esta instituição, sem instalações próprias até à data, promove a criação, a investigação, a divulgação e formação na área do Jazz, desempenhando o papel de uma Orquestra Nacional de Jazz.
No edifício localizado mais a sul do complexo da Real Vinícola, surgem assim as instalações que alojam o programa da Orquestra Jazz de Matosinhos, com um espaço para o projeto CARA (Centro de Alto Rendimento Artístico) onde promovem o diálogo entre arte, tecnologia e ciência, através de projetos multidisciplinares.
Esta ala conta com espaços para ensaios, gabinetes, salas de convívio, salas de formação e salas de gravação com maior ou menor capacidade consoante as necessidades.
Os princípios e exigências funcionais consolidaram estes espaços, guiando-se por todas as condicionantes impostas pelo próprio programa, com características inerentes e necessidades acústicas que limitaram as escolhas formais e materiais.
A ocupação deste espaço explora o vazio dos volumes abandonados com a conjugação de materiais que invadem e ocupam este edifício do complexo da Real Vinícola. A apropriação destes espaços com diferentes escalas, composições e conjugações de materiais resultam em experiências multisensoriais fruto do efeito acústico criado em determinados espaços.
O contraste é sentido entre o exterior do edifício, amplo e luminoso, e o interior, que se fecha em cada espaço através do corte acústico proporcionado, levando consequentemente a diferentes intensidades de temperatura. Os interiores funcionam como um instrumento, num jogo entre a alternância de elementos, como o ritmo das ripas de madeira e o peso da pedra pré-existente preservada, levando a uma diversificação de texturas, de cores e de resultados de iluminação, que influenciam cada percepção e experimentação espacial.
Ao explorar as potencialidades dos sentidos e o impacto que estes têm na apreensão de um espaço, tentou-se criar esta harmoniosa conjugação dos materiais novos e pré-existentes, mantendo a memória e a história do edificado presentes na atmosfera projectada.